sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A escrava de Atenas: subjulgada, abusada e amada

O orgulho e a raça das mulheres de Atenas se projetavam para além do desejo de construir uma família aos moldes da sociedade, elas mantinham a certeza de que aquela forma de viver as manteriam seguras, mas não foi assim com Callíope.

A autora Cindy Stockler constrói uma verdadeira guerreira, daquelas que não vemos comumente na literatura, a que luta pela sua vida dentro dos costumes culturais. Callíope – a escrava de Atenas fará os leitores viajarem no tempo para 2.500 anos atrás e poderão desfrutar de todas as sensações que apenas a cidade helênica pode proporcionar.

Bonita e aos 15 anos foi entregue a um homem mais velho, conforme os custumes da época, porém o destino não deixou que se cumprisse. Callíope, em meio a confusão da Guerra do Peloponeso e ataques espartanos, num revés inesperado, é vendida como escrava.

“Tártaros queria 'compensar' o patrão daquele gasto exagerado. Tão logo chegaram à casa, havia ele mesmo grosseiramente cortado os compridos e macios cabelos de Callíope rente à nuca para vender na ágora às ricas mulheres, para fazerem tranças. As outras escravas assistiram à cena onde a novata, ainda meio amedrontada, fora humilhada pelo capataz que, com brutalidade, lhe pegara os cabelos com uma das mãos, machucando-a, e com a outra passara um facão em linha reta, empurrando-a em seguida.
- Venha.... Eu a ajudo... – dissera uma escrava mais velha, apiedando-se da garota que, caída no chão, atordoada, mal conseguia se levantar”.

Longe da família, sem ninguém, não mais dona nem de seu próprio corpo, subjugada à ira do capataz que a odeia, sendo obrigada a ações humilhantes e assediada por ricos cidadãos que desejam seus “favores”, a jovem helênica tudo enfrenta de cabeça erguida, em seu coração sempre prevalecendo a honra de seus pais.

Nesta incrível viagem no tempo – Callíope – a escrava de Atenas – os monumentos, estátuas, cultura e ruas são detalhadas de uma forma viva e real. Facilmente os apreciadores da literatura de romance e de história criam empatia com os personagens e as técnicas de escrita da autora. E, além do romance, a obra permite uma imersão no contexto educacional com um aprêndice cheio de explicações sobre a época e costumes.

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