sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Usuários de táxi de BH têm acesso grátis a livros

Atendente em um restaurante no centro da capital, Beatriz Eugênia de Jesus, 42, adora ler, mas reclama da dificuldade de acesso aos livros. “É muito caro comprar, e é fora de mão ir às bibliotecas públicas”, diz. No entanto, ela descobriu uma campanha que disponibiliza exemplares em táxis da cidade, e desde a última semana, todas as noites lê um pouquinho de um romance – seu gênero literário preferido.

Denominado Bibliotáxi, o projeto disponibilizado pelo aplicativo para smartphones Easy Taxi desde março de 2013 objetiva que o passageiro pegue um exemplar durante a corrida e leve para ler em casa. Não há prazo para a devolução, que pode ser feita em qualquer carro da rede. Em Belo Horizonte, cerca de 1.500 dos 6.576 táxis que rodam pela cidade carregam os livros.

Os passageiros também são incentivados a doar livros ao Bibliotáxi. “Algumas pessoas pegam o livro e acabam trazendo mais uns de casa. Mas também tem muita gente que não devolve, e a gente fica um tempo sem nenhum”, diz o taxista Luiz Sérgio Amaral, que aderiu ao projeto há cerca de um ano. “Nossa ideia é incentivar a leitura. Se a pessoa leva um livro para casa já é uma vitória. Se ela devolve e doa outros, melhor ainda”, avalia o criador do aplicativo, Tallis Gomes.

Adesão. Para tentar garantir que os livros sejam devolvidos, o taxista Osvaldo de Almeida, 59, oferece os livros para os passageiros que já conhece. “Como o livro fica exposto, o usuário do táxi pode pedir o livro, mas eu só divulgo o projeto para quem eu conheço”, afirma. Ele conta que a estratégia deu certo, e quase sempre recebe os livros de volta. Nesta segunda, ele foi buscar mais dois no ponto de recolhimento, na região Oeste, porque todos os exemplares estavam emprestados.

Além de emprestar os livros, Almeida aproveita para colocar a leitura em dia e até troca opiniões sobre as histórias com os passageiros. Baiano, ele prefere os autores da sua terra, mas diz que gosta de ler de tudo. “A literatura da Bahia é mais leve, mais divertida”, diz o taxista, fã de Jorge Amado.

Fonte: O Tempo

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