segunda-feira, 2 de junho de 2014

Colin Fischer

de Ashley Edward Miller e Zack Stentz (Editora Novo Conceito)

Colin é um adolescente muito peculiar. Apesar de estar começando mais um ano letivo, e de se sentir um pouco excluído da população escolar como a maioria das pessoas, ele é bem diferente. Colin tem Síndrome de Asperger, uma forma branda de autismo, e isso faz com que ele veja o mundo de sua maneira.

Colin Fischer odeia azul. Não suporta que ninguém o toque, a não ser que avise com antecedência. E não consegue lembrar o que a expressão no rosto das pessoas quer dizer, por isso usa desenhos em um caderno, que o ajudam a entender a parte da conversa que não é falada.

Seus pais entendem seu jeito, e respeitam seu modo de levar a vida, mas seu irmão e seus colegas de aula tem dificuldade. Mas quando um incidente na escola envolvendo um disparo de arma de fogo e um bolo de aniversário pode comprometer um inocente, apenas a inteligência extraordinária de Colin pode colocar os pingos nos i’s. Como um detetive profissional, munido de uma capacidade dedutiva comparável apenas aos grandes da literatura, Colin vai ajudar o Bully Wayne Connely a provar sua inocência na acusação da direção da escola.

Adorei este livro, e adorei Colin, apesar de nem sempre entender seu jeito. Mas acho que a melhor maneira de lidar com ele, na narrativa de ficção e na vida real é respeitar o direito das pessoas de serem como são. Os autores abordam a condição de Colin da melhor maneira, apontando não apenas os defeitos, mas também quais são as qualidades do personagem.

O narrador em terceira pessoa explica bem os pensamentos e sensações de Colin e a cada início de capítulo alguns parágrafos em primeira pessoa explicam uma situação ou história aparentemente sem ligação com a história, mas que depois se tornam autoexplicativos. A edição do livro ficou ótima, assim como a capa.

Como a narrativa é bem fluida e bem jovem, e os capítulos bem curtos, é fácil e prazeroso ler Colin Fischer. O estilo dos autores se mescla muito bem, e não muda em determinadas partes (como acontece em alguns casos de dois autores). As 176 páginas passam voando, por que a história além de ser boa é direta, não fica enrolando quando não precisa, e isso é ótimo. Com certeza recomendo, como uma literatura prazerosa, mas também como uma análise do ser humano e do respeito aos semelhantes.

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